Tartarugas do Brasil

INTRODUÇÃO

A finalidade desta página é dar ao estudioso e observador da natureza uma noção sobre estes estranhos e simpáticos animais que são os quelônios.

As tartarugas, jabutis e cágados são animais que pertencem a classe Reptilia, ordem Chelonia ou Testudines, que possuem carapaça dorsal arredondada e plastão plano unidos nas lados, mandíbulas e maxila com bainhas córneas. São  ovíparos, colocando seus ovos em buracos no chão.

A ordem Chelonia ou Testudines, com cerca de 250 espécies, compõe-se de 13 famílias, a saber:

Carettochelyidae, Chelidae, Cheloniidae (4 gêneros com 6 espécies) marinhas, Chelydridae (2 gêneros, restritos aos EUA) aquáticas, Dermatemydidae (1 espécie, aquática), Dermochelyidae (2 espécie) marinha, Emydidae (30 gêneros com 82 espécies) a maioria das espécies, Kinosternidae (4 gêneros com 23 espécies), Pelomedusidae , Platysternidae, Staurotypidae, Testudinidae (10 gêneros com 39 espécies) jabutis, Trionychidae (7 gêneros com 23 espécies).

No Brasil ocorrem 36 espécies de tartarugas, sendo 5 marinhas e 31 terrestres e de água doce)

As tartarugas gigantes

Pelo tamanho descomunal e raridade, as tartarugas gigantes das Ilhas Galápagos e das Ilhas Seichelles são muito conhecidas.

O restrito grupo das gigante compõe-se das seguintes espécies:

Geochelone elephantopus (tartaruga-das-galápagos)

Dipsochelys dussumieri (tartaruga-gigante-de-Aldabra; Aldabra giant tortoise), existem cerca de 100.000 delas;

Dipsochelys hololissa (tartaruga-gigante-de-Seichelles; Seichelles giant tortoise), apenas 12 indivíduos;

Dipsochelys arnoldi (tartaruga-gigante-Arnoldi; Arnold´s giant tortoise), somente 18 indivíduos.

DIVISÃO POR HABITAT

Em vista do habitat em que são encontrados, as espécies de quelônios podem ser divididas popularmente em três grandes grupos:

– as terrestres, conhecidas como jabotis;

– as de água doce, conhecidas como cágados;

– e as marinhas, conhecidas como tartarugas marinhas.

Mas, normalmente e independentemente de serem marinhas, aquáticas ou terrestres estes animais são conhecidos popularmente apenas como tartarugas.

Tartarugas terrestres:

As tartarugas terrestres, vulgarmente conhecidas como jabutis, vivem exclusivamente na terra, vagando normalmente por áreas abertas como campos, cerrados ou savanas.

São animais lentos que se defendem escondendo-se dentro de sua carapaça, que tem o formato arredondado. Exemplo Geochelone carbonaria que vive no cerrado principalmente,  o jabuti-tinga (Geochelone denticulata).

Tartarugas de água doce:

As tartarugas de água doce são conhecidas vulgarmente como cágados, sendo que muitas espécie têm o formato da cabeça de maneira que se recolhe lateralmente como “canivete”.

Dentre as mais conhecidas tartarugas de água que ocorrem no Brasil estão: a tracajá (Podocnemis unifilis), conhecida em inglês com Yellow Spotted Sidenecked, e a tracajá-do-rio-negro (Podocnemis erythrocephala), em inglês chamada Red-headed Amazon Sidenecked Turtle, Cágado-de-barbela (Phrynops hilarii), a tigre-d’água (Trachemys dorbignyi) em inglês Orbigny’s Brazilian Slides.

 Tartarugas marinhas:

As tartarugas marinhas vivem em todos os mares subtopicais e tropicais do globo. São sete as espécies conhecidas, que variam de tamanho, sendo que a tartaruga-de-couro pode chegar a cerca de 650 kg, constituindo-se em um impressionante animal; são elas:

– Caretta caretta (cabeçuda;  longgerhead turtle): Distribui-se pelas regiões subtropicais e temperadas em todo o mundo.

– Chelonia mydas (tartaruga-verde; green sea turtle): É encontrada em águas tropicais de todo o mundo.

– Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro; leatherback turtle): Encontrada em todos os mares do mundo. Hábitos pelágicos.

– Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente; hawksbill turtle): Distribui-se em todos os oceanos do mundo.

– Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva; olive ridley turtle): Habita os oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.

– Lepidochelys kempii (tartaruga-de-Kemp; Kemp’s ridley turtle): Distribuição restrita ao Golfo do México.

– Natator depressus (tartaruga-de-casco-achatado; flatback turtle): Distribuição restrita ao continente australiano.

Das sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo, as cinco primeiras acima relacionadas podem ser encontradas nas águas do território brasileiro, porém, todas as espécies de tartarugas marinhas estão ameaçadas de extinção e constam do livro vermelho da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional para a Conservação da Natureza).

PROCRIAÇÃO

Estes répteis procriam nas areias de praias desertas de rios ou mares (dependendo da espécie), onde colocam seus ovos, que podem chegar a uma centena. O “ninho” é constituído de uma cova que as própria fêmea faz com as patas traseiras, onde coloca os ovos que são cobertos logo em seguida com a areia. Feita a postura as fêmeas abandonam o ninho, ficando os filhotes à sua própria sorte, de forma que muitos ninhos são predados antes da eclosão dos ovos.

Ao nascerem, entretanto, os filhotes de tartarugas aquática (cágados) e marinhas (tartarugas marinhas), principalmente, têm uma odisséia muito perigosa: chegar a água, o que tentam fazer caminhando duramente sobre a areia da praia por algumas dezenas de metros, os quais parecem infindáveis. Neste trajeto encontram predadores que estão a espreita e que acabam fazendo um “banquete”. Na maioria das vezes apenas alguns exemplares conseguem chegar as águas. Aí também a predação continua. Calcula-se que de uma ninhada apenas um ou dois filhotes chegam a vida adulta.

CAUSAS DE DECLÍNIO DAS TARTARUGAS

Muitas espécies de tartaruga estão ameaçadas de extinção e os motivos principais são:

– as terrestres são animais lentos que são fáceis de se pegar, sendo objeto fácil do tráfego:

– são muito procuradas por sua carne, principalmente as tartarugas de rio e as do mar;

– destruição do habitat, principalmente o local de desova que deve ser uma praia sossegada, tanto de rio para as espécies de água doce, quanto litorânea em se tratando de tartarugas marinhas.

– poluição dos mares e rios;

– morte por afogamento em redes de pesca, principalmente as espécies marinhas.  por Antonio Silveira.

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Lista das espécies de quelônios  terrestres e de água doce que ocorrem no Brasil.

São 31 espécies divididas em 6 famílias:

FAMÍLIA EMYDIDAE

Trachemys adiutrix Vanzolini, 1995

Trachemys dorbigni (Duméril & Bibron, 1835)

FAMÍLIA GEOEMYDIDAE

Rhinoclemmys punctularia (Daudin, 1801)

FAMÍLIA KINOSTERNIDAE

Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)

FAMÍLIA TESTUDINIDAE

Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)

Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766)

FAMÍLIA PODOCNEMIDIDAE

Peltocephalus dumerilianus (Schweigger, 1812)

Podocnemis erythrocephala (Spix, 1824)

Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)

Podocnemis sextuberculata Cornalia, 1849

Podocnemis unifilis Troschel, 1848

FAMÍLIA CHELIDAE

Acanthochelys macrocephala Rhodin, Mittermeier & McMorris, 1984

Acanthochelys radiolata (Mikan, 1820)

Acanthochelys spixii (Duméril & Bibron, 1835)

Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)

Hydromedusa maximiliani (Mikan, 1820)

Hydromedusa tectifera Cope, 1869

Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812)

Mesoclemmys heliostemma (McCord, Joseph-Ouni & Lamar, 2000)

Mesoclemmys hogei (Mertens, 1967)

Mesoclemmys nasuta (Schweigger, 1812)

Mesoclemmys perplexa Bour & Zaher, 2005

Mesoclemmys raniceps (Gray, 1855)

Mesoclemmys tuberculata (Lüderwaldt, 1926)

Mesoclemmys vanderhaegei (Bour, 1973)

Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)

Phrynops hilarii (Duméril & Bibron, 1835)

Phrynops tuberosus (Peters, 1870)

Phrynops williamsi Rhodin & Mittermeier, 1983

Platemys platycephala (Schneider, 1792)

Rhinemys rufipes (Spix, 1824)

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Fonte da lista acima: ICMBio  http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/estado-de-conservacao/2791-repteis-quelonios-continentais.html

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Antonio Silveira: última atualização (reesturação da pg): 28-2-2014 e 15-10-2016.

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