Pura Magia *

Para aquele entardecer de gala

Da natureza, que beleza!

O palco, a princípio iluminado

pelo por do sol que, mortiço,

deitava os últimos laivos de luz

tingindo de carmim o céu que seduz!!!

As montanhas ao derredor,

como pano de fundo,

aos poucos, se calavam.

Os derradeiros gorjeios do passaredo,

gradativamente, iam cessando:

O vento, mensageiro da floresta,

calou-se também…

Este era o cenário imenso

que compunha o ato principal a se desenrolar.

A platéia, neste dia, mui distinta,

a tudo assistia inebriada

comentando o quadro espetacular que

se descortinara há pouco…

A claridade que se dissipara

cedeu lugar à noite clara, calma,

já que a lua sucedeu ao rei dos astros.

Esta mudança de cena

deu-se imperceptivelmente; de forma sutil

pura magia de quem domina a arte!!!

Tudo preparado. Hora do show…

Pam! Pam! Pam! Pam! Pam!

A orquestra ataca, sem que todo o público se dê conta

(até porque, ainda, extasiado com o número anterior)

De onde procede este som retumbante?!

Não se vê seus integrantes!…

O lugar da encenação, agora, é outro.

Mais próximo dos expectantes:

Não está no céu enluarado…

Não está na mata adormecida…

Não está no chão endurecido…

Sobressai na lagoa mais abaixo!!!

Que transposição fantástica!!!

Se antes os olhares circundavam o horizonte

ou voltavam-se para o infinito

vergam-se, nesta hora, extasiados,

Diante do inusitado, porém cadenciado ruído!!!

Guiados pela iluminação holofótica do condutor humano

que, habilmente, dirige o foco para os anuros

de toda ordem que compõe o estridente grupo musical…

A noite desceu por completo.

A orquestra em uníssono cessou.

Remanescendo, contudo, algum renitente

Aqui, acolá…

Quiçá ensaiando para o dia seguinte…

 

* Frances de Azevedo

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