Floresta Amazônica


Introdução
A Floresta Amazônica distribui-se por cerca de 5 milhões de km2 quadrados atingindo no Brasil os estados do: Amazonas, Amapá, Acre, Roraima, Rondônia, Pará, Tocantins Maranhão e Mato Grosso, que compreendem a Amazônio Legal.
O Rio Amazonas tem 6.885 Km de extensão e em volume de água de 200 m3/s, o que lhe dá o privilégio de ser o maior rio do mundo. Com largura média de 4 a 5 Km, podendo chegar a 50 Km, tem cerca de 1.100 afluentes e no Brasil tem dois nomes: Solimões e Rio Amazonas, este após a desenbocadura do Rio Negro.
Seu volume de água é tão grande que quando encontra com o mar suas grandes ondas causam um barulho que pode ser ouvido a grande distância e este fenômeno é chamado de Pororoca.
A bacia do Rio Amazonas com seus 7 milhões de km2 é o principal fator na existência do complexo florestal conhecido como Floresta Amazônica, pois além de propiciar a umidade necessária suas águas funcionam como agentes dispersores de sementes.

Tipos da Floresta
A Floresta Amazônica apesar de aparentar a primeira vista certa uniformidade, na verdade é muito diversificada, podendo-se identificar vários tipos de vegetação associados à sistemas ecológicos distintos, como:

Floresta de Terra Firma: com árvores altas que chegam a 65 metros de altura, e suas copas formam um anteparo à luz, deixando o interior da floresta úmido e quente. Área não sujeita a inundações. Destacam-se as castamheiras, a seringueira-branca, guaraná, cedro, sumuaúma pau-ferro etc.
– Florestas de Várzea: fica entre a terra firme e o igapó, nela encontram-se a seringueira preta, o jatobá e as palmeiras como o açaí a jauarí etc.
Florestas de Igapó: localizam-se em terrenos baixos que ficam temporária ou permanentemente alagados pelas águas dos rios. Espécies típicas são a vitoria-régia, a piaçava e a itaubarana.
Florestas de Igarapé: são florestas inundáveis à margens de rios que desaguam em outros maiores.
– Cerrados: há algumas formações de cerrado que ficaram como enclaves, mas não são tão significativos se comparados com a floresta equatorial.


Biodiversidade
A floresta Amazônica possui a maior biodiversidade do mundo em vista de sua extensão e a variedade de ecossistemas associados. Há ainda muito a se descobrir em termos de espécies, tanto animal quanto vegetal.

Flora: cerca de 30 mil espécies de plantas sendo 2,5 mil espécies de árvores.
– Fauna: A riqueza da fauna da Floresta Amazônia, com certeza, ainda não foi amplamente conhecida. Mas já identificados, são muitas espécies, destacando a onça (Panthera onca), o bugio (Alouatta sp), a anta (Tapirus terrestris), o pirarucu (Arapaima gigas), o peixe-boi (Trichechus inunguis), o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis)

Legislação protetiva
Constituição Federal, art.225, § 4º : considera a Floresta Amazônica como patrimônio nacional

Uso múltiplo das florestas
Tem-se discutido muito sobre a necessidade de preservação das florestas, inclusive criando-se mapas com áreas de importância para a biodiversidade destinadas a implantação de florestas e parques nacionais. Não é para menos tal preocupação ante a devastação de nossas florestas, pois segundo a FAO cerca de 200 milhões de hectares de florestas foram destruídas entre 1980 e 1995 (Bol. nº46, 7/97, ONU em Foco).
Mas, a final qual é a importância ambiental das florestas? Quais são suas utilidades e formas de uso? É ainda o que se pode questionar sobre a temática e o tentaremos discorrer.
Em termos biológicos e ambientais é sabido que as florestas propiciam principalmente a manutenção das condições de vida para milhões de formas de vida vegetal e animal; mantém a umidade necessária para a existência de um clima propício à vida e mantém a qualidade dos recursos hídricos. O que as tornam importantíssimas no sistema global ambiental e conseqüentemente beneficiam o ambiente humano.
Porém, até pouco tempo as florestas eram consideradas “empecilhos ao desenvolvimento”, tanto que eram derrubadas sem nenhum critério e não havia ambiente propício para vozes contrarias. Agora, ante estas recentes constatações de suas funções biológicas e ambientais, acrescidas da necessidade da enorme demanda alimentar, tornou-se imprescindível a sua exploração econômica, o que vem propiciando uma crescente resistência à sua derrubada. A floresta em pé passou a representar mais riqueza do que derrubada para implantação de outra atividade qualquer. Assim, pela sua importância e diversidade de riqueza, acrescidas ao desenvolvimento tecnológico que permitiu o descobrimento de novas fontes naturais, as florestas podem e devem ser aproveitadas.
Ademais, a exploração dos recursos florestais têm-se mostrados surpreendentes a cada momento e poderá ser incrementada. Da exploração de sua enorme diversidade vegetal tem sido possível desenvolver projetos locais de desenvolvimento, fixando e dando oportunidades às suas comunidades carentes. De sua biodiversidade tem saído descobertas farmacológicas imprescindíveis à humanidade, os quais devem ter a exploração rigidamente regulamenta. De sua população nativa temos obtido informações diretamente relacionadas à estas novas descobertas. Dos seus recursos pesqueiros depende a sobrevivência de milhões de pessoas. Podemos observar ainda que da utilização racional e sustentada da beleza cênica de muitos de seus recantos estará o futuro do ecoturismo mundial, empregando milhões de pessoas com geração de uma rica economia. O que mostra o uso múltiplo que podem e devem ter.
Porém, se não preservarmos também intocáveis grandes extensões de nossas florestas, como unidades de conservação, tornar-se-á impossível mantermos esse nosso riquíssimo patrimônio para as gerações vindouras e o futuro das florestas estará totalmente comprometido.

Reproduzindo uma floresta
O Museu de História Natural de Nova York possui o Hall da Biodiversidade, fruto de estudos de anos e investimentos de milhões de dólares, o qual traz as últimas informações e conclusões científicas sobre o tema. Lá estão os principais ecossistemas do globo com representantes de sua fauna em painéis riquíssimos com informações científicas de altíssimo nível técnico, ao mesmo tempo que de fácil acesso ao público em geral, onde as ameaças à vida na Terra pela exploração excessiva dos recursos naturais também são mostradas. Computadores colocam a disposição do visitante maiores detalhes sobre o que se expõe. Somente a vitrine chamada “Espectro da vida” expõe uma variedade enorme das espécies animais – 1.500, representando os grupos desde micróbios a mamíferos em nove ecossistemas principais da Terra, mostrando assim a exuberância da apresentação.
Há ainda o impressionante diorama representando a floresta tropical de Dzanga-Sangha, uma reserva na República Central da África, que segundo consta do folheto informativo é o maior diorama do mundo. Com 2,500 pés de área emprega um sistema de alta tecnologia de imagens e sons reproduzindo o comportamento de animais movendo-se assim como os efeitos de iluminação mostram as diferentes horas do dia na floresta. Toda a vegetação foi reproduzida detalhadamente folha pôr folha, galho pôr galho, dando impressão de se tratar de uma floresta verdadeira, aliás há inclusive a sensação de umidade, calor e cheiro. Computadores dão acesso ao BioBulletin com informações sobre eventos mundiais sobre biodiversidade e explanação sobre os processos de extinção das espécies.
O painel “Resource Center” mostra as desastrosas atividades humanas, assim como as formas, métodos, diretrizes e caminhos para se tentar evitar a degradação da biodiversidade.
Portanto, a humanidade começa a conhecer e a perceber a importância das florestas e sua biodiversidade para o futuro da vida e assim inicia uma caminhada contra o tempo para salvar o que ainda resta em termos de variedade de vida. Neste caminho exposições como o Hall da Biodiversidade do Museu Americano de História Natural, onde é revelado o esplendor da diversidade da Terra e como preservá-la, devem ser divulgadas e visitadas para que possamos realmente refletir sobre o nosso futuro e das demais formas de vida do nosso belo planeta azul, o qual pode ser entendido como “A Última Arca de Noé”.

Vocações econômicas da Floresta Amazônica
A floresta amazônica possui uma riqueza imensurável, tais são os poderes de seus produtos. Muitas formas de aproveitamento podem ser desenvolvidas, mas todas, sem exceção, devem ser muito bem planejadas para que sejam feitas da maneira que causem o menor impacto ambiental.
-exploração de produtos alimentícios extrativistas como: do açaí (polpa e pó para suco), jarina (produção de bijuterias e jóias), cupuaçu (polpa para suco).
-exploração do ecoturismo.
-piscicultura: com espécies nobres como o tucunaré, tambaquis e pirarucu.

Ameaças
– Desmatamento para agricultura e pastagem;
– exploração irregular de insustentável de madeira;
– invasão descontrolada;
– garimpos de ouro ecassiterita;
– biopirtaria

Centinela: a morte silenciosa
Segundo relata o biólogo evolucionista Edward O. Wilson em seu livro Diversidade da Vida (ed. Companhia das Letras, 1994), em 1978 os botânicos A.Gentry e C. Dodson, do Jardim Botânico do Missouri, EUA, exploraram pela primeira vez o então desconhecido espinhaço denominado Centinela, que fica escondido nas vertentes dos Andes equatoriano e em suas floresta nebulosas descobriram cerca de noventa espécies vegetais endêmicas(que só ocorrem naquele lugar). Todavia, em 1986 devido aos efeitos paralelos de uma estrada particular construída por fazendeiros da região do vale, as florestas foram cortadas e Centinela estava completamente roçada, extinguindo-se muitas espécies raras.
Assim como Centinela, milhares de locais naturais da Terra estão sendo drasticamente destruídos, ou para assentamentos dos núcleos populacionais, ou para a exploração dos recursos naturais. Ambientalistas, biólogos entre outros estão procurando desesperadamente fórmulas que possam parar a degradação dos ecossistemas do globo. Nesta linha de preocupação encontra-se Norman Myers, o qual, conforme informa Wilson, identificou, em trabalhos que cita em seu livro, dezoito pontos críticos de grande diversidade biológica que estão sob ameaça extrema, os quais denominou de “hot spots”, são eles: Província florística da Califórnia; Chile central; Chóco colombiano; Oeste do Equador; Planaltos do Oeste da Amazônia; Costa Atlântica do Brasil; Sudoeste da Costa do Marfim; Florestas do Leste da Tanzânia; Província florística do Cabo na África do Sul; Madagascar; vertentes do Himalaia; Ghat do Oeste da Índia; Sri Lanka; Malásia peninsular; Noroeste de Bornéo; Filipinas; Nova Caledônia e sudoeste da Austrália. Estas regiões devem merecer maior atenção dos governos e da coletividade, pois guardam enorme patrimônio natural com muitas espécies a serem conhecidas, assim como possuem um vasto patrimônio genético e farmacológico.
Podemos observar que a nossa Mata Atlântica está incluída na lista das áreas mais importantes e ameaçadas do planeta, sendo essa constatação um alerta para que passemos a tomar iniciativas concretas no sentido de preserva-la, sendo importante lembrar que a referida floresta esta elencada no art. 225 da Constituição Federal como patrimônio nacional. Mas se não agirmos rapidamente este exuberante ecossistema terá o mesmo fim de Centinela: uma morte silenciosa.

Informações
– Na Região Neotropical que compreende o continente americano estão 57% das florestas tropicais e equatorias do planeta, calculando-se que 37% dos répteis, 47% do anfíbios, 27% dos mamíferos, 43% dos pássaros e 34% de todas as plantas ocorrem nesta região (Projeto Parques e Reservas, do Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal para o PP-G7. vol.1).

– Em seu mapa da biodiversidade mundial, a Conservation Internacional (IC) aponta o Brasil como o país de maior biodiversidade do planeta.

– Nas floresta do Alto Amazônica vive o menor primata do mundo, o Sagüi-leãozinho (Cebuella pygmaea)

– O rarísimo sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), endêmico da região de Manaus, ainda pode ser encontrado em alguns fragmentos florestais no Município de Manaus, como no Parque do Mindú. por Antonio Silveira

– Dia 5 de setembro comemora-se o Dia da Amazônia.

Desmatamento da Amazônia.

Para saber mais sobre os índices de  desmatamento da Floresta Amazônica indicamos os sites: www.obt.inpe.br/prodes e www.obt.inpe.br/deter

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