Eco-esportes

Como se sabe o ecoturismo é uma das atividades econômicas que mais vem se desenvolvido, o que o torna importante no desenvolvimento sustentável.
Por sua vez os esportes que utilizam a natureza como principal fator fazem parte do ecoturismo  e podem ser chamados de eco-esportes.
Muitos deles são chamados de radicais, pois propiciam fortes emoções aos praticantes. Podem ser praticados como “hobby” e quase todos podem ser competitivos e mesmo profissionais.
Para ajudar a entendê-los segue uma relação por ordem alfabética de alguns destes eco-esportes, com uma breve explicação.
A finalidade desta relação é de colaborar com o iniciante dando simples  noção sobre cada um dos eco-esportes.
Aliás, se você tem mais algum detalhe a acrescentar, ou mesmo algum eco-esporte que não foi incluído aqui, forneça-nos. Assim você estará colaborando com a divulgação desta forma de atividade.

1. ACQUA RIDE – Consiste em descer corredeiras de rios, utilizando um mini-boat, onde o atleta se posiciona de peito e usa as mãos como leme.

2. ARVORISMO – percurso aéreo que se realiza andando entre as copas das árvores, utilizando-se cordas, tirolezas, redes etc.

3. BALONISMO – É um esporte bastante antigo, tendo como precursor no Brasil o padre Bartolomeu de Gusmão, que fez a primeira tentativa de vôo com um balão a ar quente, em 1708. Evoluindo, trocou-se ar quente por hidrogênio e com as evoluções técnicas diminuíram os riscos de incêndios. Pode ser considerado um esporte seguro. Os equipamentos necessários para o vôo são o envelope, maçarico, cesto, cilindro, combustível e ventoinha.

4. BIRD-WATCHING – Esporte praticado pelos aficionados na observação das aves. Calcula-se que existam no mundo mais de 80 milhões de “birdwatchers”. A observação das aves exige muita atenção do observador quando em campo,  o que permite o desenvolvimento da percepção. Além disso, são necessários estudos sobre as aves (ornitologia), locais, ecossistemas etc. Este esporte pode ser praticado em qualquer local onde existam árvores, como praças, terrenos vazios, parques públicos e hortos. Nas unidades de conservação como Parques Federais , Estaduais e Municipais e Estações Ecológicas é onde se encontra o melhor ambiente para ver as aves, ante o grau de preservação.
Equipamentos indispensáveis: roupas com cores verde, oliva e cáqui; chapéu cor neutra; binóculo; caderneta de anotações. Em um trabalho mais detalhado sugere-se a utilização de gravadores, máquina de fotografia e filmadoras
Alguns locais para a prática de bird-watching:
– Parque Nacional de Itatiaia (RJ);
– Parque Nacional da Tijuca (RJ);
– Parque Estadual da Cantareira (SP);
– Parque Estadual da Ilha do Cardoso (SP);
– Estação Ecológica Juréia- Itatins (SP);
– Horto Florestal de Ubatuba(SP).

5. BÓIA CROSS  – Esporte que consiste em descer corredeiras de rios agarrado a uma bóia. Está entre os esportes chamados radicais, pois o praticante fica diretamente em contato com os obstáculos naturais a serem transpostos. A adrenalina é constante, o que leva a fortes emoções.

6. CANOAGEM – Este termo serve para se designar o esporte praticado em canoas, caiaques e wave-skis, indistintamente, em mar, rio, lago, águas calmas ou agitadas. Segundo o Comitê Brasileiro de Canoagem a CANOA: é uma embarcação aberta ou fechada, originária dos índios canadenses. Sua propulsão é feita por meio de um remo de uma só pá. O(s) remador(es) pode(m) estar sentado(s) ou ajoelhado(s). A canoa aberta, conhecida também como Canadense (open canadian) é muito pouco divulgada entre nós. O CAIAQUE é uma embarcação fechada, com origem entre os esquimós, usa um remo de duas pás e o(s) remador(es) senta(m) na cabine. Os caiaques são os que mais se popularizaram no Brasil. Há ainda aos caiaques mais especializados: o slalom e o de descida, para águas brancas (corredeiras), e os caiaques de velocidade em águas calmas: K1, K2 e K4 (1, 2 ou quatro remadores). O WAVE-SKI é uma embarcação aberta, semelhante a uma prancha de surf, usa um remo de duas pás. O remador está sentado e usa o wave-ski, essencialmente, para o surf.
(vide: http://www.cbca.org.br/canoando/canoando.html).

7. CANYONING – Descer paredes de canyons, próximas de cachoeiras pendurado em cordas. Espécie de alpinismo em cachoeiras, indo além do rapel, pois envolve a exploração do ambiente dos canyons e dos rios em gargantas. Algumas das manobras realizadas são: Rapel, Tirolesa, Water Trek, Floating, Tobogã e Saltos.
Equipaqmento principal: mosquetão e o oito
Alguns locais onde se pratica o canyoing:
–  Cachoeira da Capivara (Serra do Cipó-MG);
– Cânions do rio Jacaré-Pepira (Brotas/SP);
– Cânions do rio Pardo (Caconde/SP);
– Cânions do Rio Macacu (Cachoeira de Macacu/RJ)
– Cânion São Miguel (P.N.Chapada dos Veadeiros/GO)
– Cânion do Rio Guaiúba (Pacatuba/CE)

8. CASCADING: descida em cachoeiras utilizando equipamentos de alpinismo, também conhecido como rapel na cachoeira.

9. CAVALGADA: esporte que o praticante faz percorrendo grandes distâncias utilizando cavalo. Pode ser com obstáculos naturais.

10. CAVING – São aventuras nas cavernas, explorando o ambiente. Surgiu da Espeleologia, que é a ciência que estuda os ambientes subterrâneos. Certas cavernas exigem bom preparo físico e concentração para não se perder no labirinto das galerias.
Equipamentos indispensáveis: macacão de preferência de neoprene, moletom ou casaco; capacete, carbureteira, mochila, lanterna, botas de preferência semi-impermeáveis.
Alguns locais para a prática do caving:
– Cavernas do Parque Estadual Intervales (SP);
– Cavernas do Parque Estadual do Alto Ribeira-Petar (SP).

11. ENDURO EQÜESTRE – Competição esportiva onde cavaleiros e amazonas têm que cobrir um percurso natural definido, que varia de 30 a 160 quilômetros  em um tempo determinado, com paradas para controle veterinário do animal, em postos instalados pelo caminho. As provas são reguladas por normas internacionais, visando a preservação da montaria. O esporte virou moda e cresceu em função do apelo ecológico, sendo uma prova de integração entre o homem, o animal e a natureza.

12. ESCALADA – Esporte que, como o montanhismo, tem como objetivo atingir o topo das montanhas, sendo porém mais radical, demandando técnicas e equipamentos especiais, além de muito esforço e concentração.
Equipamentos indispensáveis: cordas, cadeirinha que é uma espécie de cinto que preso à corda e à cintura que serve para controlar a descida; capacete; grampos para ajudar na segurança; roupas leves, agasalho e anoraks; sapatilhas especiais para de escalada; carbonato de magnésio para melhorar a aderência das mãos com as rochas; saco de dormir etc.
Alguns locais para a prática da escalada:
– Pico de Salinas (Serra dos Órgãos-RJ), 700 m. de escalada
– Pico do Letreiro (Serra do Aratanha/CE), 775 m. de escalada

13. MERGULHO – Prática para os amantes de esportes aquáticos, do mar e de suas belezas “submersas”. Pode ser praticado de duas formas: livre, usando o snorkel para respirar enquanto a cabeça está abaixo do nível da água e autônomo, usando um cilindro de ar comprimido, podendo ser praticado no mar, na água doce ou em cavernas, permitindo que se aprecie as belezas dos corais e peixes.

14. MOUNTAIN BIKE – Esporte para quem gosta de pedalar e resolve andar um pouco “off road”, usando “bikes” especiais, que são mais resistentes. Os caminhos são trilhas esburacadas e muitas vezes enlameadas, onde rios e abismos são obstáculos, fazendo com que o praticante carregue sua bicicleta nas costas. Além de competitivo, este esporte pode se tornar muito agradável, ante o contato direto com a natureza. O Mountain Bike difundiu-se rapidamente e tem sido praticado  em quase todo o mundo.
Modalidades:
– Downhill ou DH – descida de montanhas em alta velocidade;
– Uphill ou UH – subida de montanhas com provas de até 8 km.
– Duol-slalon ou DS – dois competidores descem lado a lado uma montanha em pistas distintas.
– Cross Contry ou XC – parecido com enduro. Trata-se de prova de grande distância com até 40 km, em local natural com obstáculos como riachos e rios.
Equipamentos indispensáveis: Bicicleta com marcha, luvas, óculos, mapas, roteiros, capacetes próprios para estas provas e kit de primeiros socorros. Dependendo da modalidade é necessário levar garrafa de água, câmaras sobressalentes e bombas de ar.

15.  OFF-ROAD – esporte praticado com veículos com tração 4×4, como Jeeps e Pick-ups. Consiste “rodar” por estradas de terra que quanto mais esburacada e difícil de trafegar melhor.
Modalidades de off-road:
– Raid – prova de regularidade monitorada por postos de controle distribuídos pelo trajeto;
– Indoor – esta modalidade já é uma prova de velocidade, em circuito fechado com obstáculos;
– Expedições – a finalidade é atingir um determinado local. A duração depende das dificuldades.
Equipamentos indispensáveis: veículo de tração 4×4. Dependendo da trilha é necessário equipamentos complementares como quebra-mato, guincho, engate, pneus especiais e GPS.

16. PARAGLIDER – Esporte de muita adrenalina, onde o esportista sente a emoção de  voar quase livremente. Trata-se de modalidade para os que gostam de se sentir livres como pássaros. Para a prática deste esporte é necessário aprender a utilizar o “parapente”, o qual é uma “aeronave invertebrada”, pois  contém apenas tecido de nylon e fios finos. Procure sempre um instrutor habilitado e clubes organizados para praticá-lo.

17. RAFTING – Descida de rios sobre botes infláveis, desviando de pedras e outros obstáculos. O nome vem do inglês raft que significa balsa.Esporte de muita emoção ante a necessidade de superar obstáculos naturais como as corredeiras e quedas d’água. O batismo é um “capote do bote”, acidentalmente no percurso ou provocado pelo pessoal experiente, ou seja não há como escapar de se molhar, pelo menos na primeira vez. O rios seguem uma classificação básica, de acordo com o nível das corredeiras e obstáculos. Para iniciantes existem as classes I, II e III. Já para os mais experientes, as classes IV e V, que são rios de nível para competição e expedições. Para quem quiser competir, existem as modalidades Slalom, Sprint e Bote. É um dos eco-esportes que mais tem se desenvolvido.
Equipamentos indispensáveis: Bote de borracha com tecido trefiladol, que pesa cerca de 100 km, capacete, colete salva-vidas, corda de resgate, tênis com solado aderente.
Alguns locais onde se pratica o rafting no Brasil:
– Rio das Antas (RS);
– Rio Formoso (Bonito/MS);
– Rio Iapó (Tibají/PR), nível 2 a 5;
– Rio Itajaí-Açu (Apiúna e Ibirama/SC), nível 2 a 5;
– Rio Jacaré-Pepira (Brotas/SP), níveis 3 e 4;
– Rio Juquiá (Juquitiba/SP), níveis 2 e 3;
– Rio Macaé (RJ), nível 4;
– Rio Novo (Região do Jalapão/TO)
– Rio Paraibuna (São Luís do Paraitinga/SP), nível 2 a 4;
– Rio Pardo (Caconde/SP)
– Rio do Peixe (Socorro/SP), nível 3 a 4;

18.  RAPEL – Técnica de descida na qual o montanhista desce de forma controlada, utilizando cordas ou cabos. Os obstáculos a serem vencidos neste modalidade podem ser naturais ou artificiais, sendo os mais variados, como: cachoeiras (canyoning), prédios, paredões, abismos, penhascos, pontes, declives etc. O interessante e emocionante é que este esporte permite que sejam realizadas várias manobras durante a descida. Esta prática exige certo vigor físico, bem como poder de controle emocional, já que em muitas situações o praticante depende destes requisitos para superar os obstáculos, não desistindo do objetivo.
Alguns locais onde se pratica o rapel:
– Gonçalves e Paraisópolis (SP)

19.  SAFARI FOTOGRÁFICO – Por meio deste esporte o praticante utiliza a fotografia como instrumento de registro de paisagens naturais e da vida selvagem, mas requer certo conhecimento na arte de fotografar. Não se trata de um esporte radical, podendo ser praticado por pessoas de todas as faixas etárias. Além deste esporte possibilitar o registro de belas paisagens e de animais, pode colaborar com a preservação dos recursos naturais, constatando agressões ao meio ambiente. Trata-se de um dos esportes mais antigos relacionados à natureza, pois já era utilizado principalmente por ingleses e franceses nos anos sessenta.  Os safaris fotográficos têm sido uma das atividades mais importantes para o turismo ecológico, principalmente em países com grandes extensões de reservas naturais, como em muitos países da África e das Américas. Com o crescimento da conscientização ambiental e a extinção de muitas espécies vegetais e animais, o safari fotográfico tem se tornado uma das principais modalidade relacionadas ao turismo ecológico.

20. SNOWBOARD – Esporte em que o praticante utiliza uma prancha para descer colinas/montanhas, fazendo-se diversas manobras. Apesar de praticado em países onde há neve, esta modalidade esportiva tem atraído muitas pessoas de locais tropicais como o Brasil, onde já existem muitos praticantes, principalmente por ser um esporte bastante radical e trazer sensação de grande liberdade.

21. TREKKING – Neste esporte a pessoa caminha sozinha ou em grupos por trilhas, caminhos, estradas etc., com o objetivo principal de estar em contato com a natureza. Esta modalidade pode ser praticada por pessoas de todas as faixas etárias, pois cada um pode escolher como praticá-lo, seu percurso e ritmo. O trekking pode ter duração que vai de  algumas horas à muitos dias. É um dos eco-esportes mais praticados, pois não requer nenhum tipo de equipamento especial ou caro.
Equipamentos indispensáveis: botas de caminhadas, roupas leves, em locais frios levar agasalho e anoraks, kit de primeiros socorros, lanterna com pilhas e lâmpadas sobressalentes, bússola, barraca, saco de dormir e isolante térmico.

22. WAKEBOARD – Esquiar em uma prancha parecida com a de surf puxado por um barco. Surgiu na década de 70 na Califórnia, onde os surfistas esquiavam em suas pranchas de surf puxadas por barcos em dias de mar “flat” – quando o mar está calmo e não há boas ondas. Hoje em dia as pranchas estão sendo aperfeiçoadas. Este esporte é praticado em lagos e lagoas, pois exige águas mais calmas.

23. WINDSURF – O windsurf é um dos esportes mais praticados no mundo, principalmente por jovens. Consiste em velejar numa prancha, o que exige um bom equilíbrio e algum conhecimento sobre vento e correntes. Ajuda a manter o bom funcionamento de circulação, respiração, flexibilidade, agilidade e fortalece os braços pernas e quadris.

24. VÔO LIVRE – o participante utiliza asa delta, paraglyder ou parapente, voando sobre áreas naturais principalmente, saltando de rampas especiais.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Todos os eco-esportes aqui relacionados devem ser praticados com orientação e acompanhamento de guias especializados, para evitar a ocorrência de acidentes com os participantes e mesmo danos ao meio ambiente.

(PÁGINA EM PERMANENTE ATUALIZAÇÃO)

texto Antonio Silveira e Renata de Freitas Martins

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