Cidades – Jardins
São cidades que valorizam e conservam as áreas verdes, utilizando o potencial paisagístico da natureza como fator de embelezamento e qualidade ambiental.
Este conceito urbanístico foi criado por Ebenezer Howard no final do século XIX, e adotado no Brasil pela Cia City (City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited) por meio dos arquitetos Raymond Unwin e Barry Parker, com a criação de bairros como o Jardim América, o Alto da Lapa (1921), Pacaembu (1925), Alto de Pinheiros (1925) e Butantã (1935), segundo Silvia Ferreira Santos Wolff (Jardim América: o Primeiro Bairro-Jardim e São Paulo e sua Arquitetura, Edusp,2001).
Neste tipo de cidade ou mais exatamente bairro como acabou restando, dá-se valor a arborização que é utilizada em praças, arruamentos e em jardins-praças internos, como ainda se vê por exemplo no Alto da Lapa. O que fornece uma sensação de ambiente natural e propicia uma melhor qualidade do ambiente com um agradável visual e beleza estética diferenciada, valorizando economicamente o local.
Este conceito acabou sendo substituído pelos novos conceitos arquitetônicos modernos, influenciados pelos norte americanos que visavam a praticidade, objetividade e aproveitamento de toda a área para construções. Também o aumento populacional com as aglomerações de pessoas nas cidades e suas exigências, reflexos e necessidades tornaram a questão de estética ambiental a segundo plano.
Todavia, hoje percebe-se que as cidades necessitam de algo mais do que apenas construções frias e desordenada, necessitam sim de áreas verdes e de mais qualidade ambiental, de forma que está havendo uma volta aos conceitos anteriores que davam mais importância à qualidade ambiental.
Por isso é que há mais movimentos pela melhor qualidade de vida dos bairros das grandes cidades, utilizando-se o tombamento destes locais que ainda possuem as características preconizadas e adotadas pelos arquitetos das cidades-jardins. O que é muito salutar e importante.