Áreas urbanas

Quando se fala em perda da biodiversidade logo vem à mente as formas florestais, onde a vida pulula mais abundantemente, porém a perda da diversidade de vida não está adstrita apenas aos ecossistemas mais complexos como as florestas tropicais, por exemplo, mas ocorre também em outros sistemas biológicos menos complexos como as áreas semi-áridas e até nas cidades.
Normalmente as espécies animais e vegetais obedecem a um ciclo de vida composto de surgimento, clímax e extinção, o que leva milhões de anos para ocorrer. Todavia, o ser humano apesar de “novo na Terra” em termos geológicos vem alterando significativamente o equilíbrio ecológico, interrompendo assim o ciclo natural das espécies com a destruição dos ecossistemas e com eles as suas espécies. A conclusão da grande extensão da perturbação da atividade humana nos ecossistemas como fator de destruição parece ser ponto pacífico entre os cientistas e ambientalistas.
Nas áreas urbanas, ou seja, naquelas em que há aglomeração de pessoas e concentração das atividades humanas com formação de vilas ou cidades, os efeitos da degradação ao meio ambiente são muito grandes e, por óbvio, o impacto na diversidade de vida também é igualmente grande.
Entre os inúmeros fatores que colaboram para a perda da biodiversidade nos centros urbanos podemos destacar principalmente:  o descontrolado uso do solo para edificação; a falta de planejamento condizente as características ambientais do local; os danos causados à atmosfera e a água pelos resíduos tóxicos dos automóveis e industrias; a introdução de animais predadores a fauna local que acabam dizimando, como por exemplo a introdução de cães e gatos; os danos causados por problemas de zoonose referente a introdução de espécies exóticas; a destruição dos micro-ecossistemas como brejos, lagoas naturais que interfere no sistema hídrico e na drenagem, assim como destrói a fauna e flora; a falta de consciência ambiental  etc.
Em todo o mundo os centros urbanos estão cada vez mais adensados calculando-se que ao final do século mais de 70% da população mundial estará vivendo nas cidades e mais de uma dezena delas terá acima de 10 milhões de habitantes. Isto está fazendo com que seus reflexos aumentem proporcionalmente ao crescimento populacional atingindo a biodiversidade local e ao redor por reflexo, pois a cidade como um ecossistema que é necessita de energia de fora para alimenta-la e seu impacto pode ser observado em ecossistemas naturais distantes como por exemplo florestas e lagos que recebem a sua poluição ou servem de fornecedores de recursos, degradando-os.
Neste sentido é interessante anotar a informação de Denis D. Murphy de que na Grã-Bretanha, onde a agressão contínua de séculos já extinguiu espécies vertebradas, agora vem extinguindo as invertebradas (Desafios à Diversidade Biológica em Áreas Urbanas, in Biodiversidade, E.O.Wilson (org.), Ed. Nova Fronteira. 1997, p.89).
Portanto, vemos que as áreas urbanas são problemáticas em termos ambientais e responsáveis pela extinção de milhares de espécies, só conseguindo manter pouquíssimas que se adaptaram a suas exigências, sendo cada vez mais pobres em qualidade de vida, o que é lamentável.
Sabendo disso, o Poder Público e a coletividade devem tomar as cautelas e medidas necessárias para minimizar o problema, sob pena de vivermos em um ambiente que cada vez mais inóspito e agressivo a diversidade de vida, na qual nos incluímos.

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