AGROECOLOGIA
Introdução
Em vista da necessidade de produção rápida em grande escala de alimentos, criou-se há muitas décadas um sistema de produção agrícola baseado na aplicação de agroquímicos, chamado de agricultura tradicional. Todavia, após a Conferência para o Desenvolvimento e o Meio Ambiente, a ECO-92, no Rio de Janeiro, chegou-se a conclusão de que os padrões de produção e atividades humanas em geral, notadamente a agrícola, teriam que ser modificadas.
Dessa forma, foram criadas e desenvolvidas novas diretrizes às atividades humanas, compiladas na Agenda 21, com o objetivo de alcançarmos um desenvolvimento duradouro e com menor impacto possível, que se chamou de desenvolvimento sustentável e que vem norteando todos os campos de atuação.
Já, a crescente constatação dos danos ambientais advindos do desenvolvimento descontrolado das práticas insalubres em vários setores de atividade, tem reforçado as conclusões da citada conferência e trazido a conscientização cada vez maior de que algo deve ser feito para minimiza-los. Isto está propiciado a procura de novas alternativas de produção, entre elas na área agrícola, que nos interessa aqui.
Assim, os movimentos no sentido da implantação de uma maior qualidade dos produtos agrícolas cresceram, desenvolvendo-se de forma impar. Aparece com mais força então no cenário mundial a agroecologia conhecida ainda por agricultura alternativa.
Agroecologia
Segundo A. Attila de W Miklós (Agroecologia: base para o desenvolvimento da biotecnologia agrícola e da agricultura. Anais da 3ª Conferência Brasileira de Agricultura Biodinâmica. Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente, CETESB, Documentos Ambientais, 1998) a agroecologia com suas modernas ramificações e especializações engloba a:
– agricultura biodinâmica,
– agricultura ecológica,
– agricultura natural,
– agricultura orgânica,
– os sistemas agro-florestais etc
Sustentabilidade e agricultura
É interessante observar que a introdução do termo sustentabilidade na agricultura é reclamado pelo Movimento de Agricultura Orgânica e a IFOAM, pois já em 1977, realizou-se na Suíça a Primeira Conferência Científica da IFOAM, que recebeu o nome de “Rumo a uma Agricultura Sustentável”, segundo relata Bernward Geier (A agricultura orgânica no mundo. Revista Agricultura Biodinâmica, IBD- Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural, nº80, outubro de 1998), o que mostra que a preocupação com a qualidade da produção agrícola já remonta há quase de trinta anos.
Os sistemas agorecológicos têm demonstrado que é possível produzir propiciando a possibilidade natural de renovação do solo, facilita a reciclagem de nutrientes do solo, utiliza racionalmente os recursos naturais e mantém a biodiversidade que é importantíssima para a formação do solo (Miklós, A. Attila de W ob.cit.).
Desvantagens ambientais da agricultura tradicional
– suas monoculturas degradam a paisagem,
– produz altos índices de toxidade pelos agroquímicos utilizados;
– elimina a biodiversidade;
– degrada o solo;
– polui os recursos hídricos;
– maximiza a utilização da energia gerada no próprio sistema natural
Vantagens da utilização da formas da agroecologia
– possibilita a natural renovação do solo;
– facilita a reciclagem de nutrientes do solo;
– utiliza racionalmente os recursos naturais;
– mantêm a biodiversidade que é importante para a formação do solo
Café Ecológico
Plantado em sintonia com o meio ambiente, à sombra de árvores em florestas como, por exemplo, no México e na China. Uma das vantagens econômicas é a maior aceitação na exportação.
Pecuária orgânica
Também na pecuária a preocupação ambiental está influenciando as suas formas de desenvolvimento, surgindo a pecuária orgânica, na qual não podem ser utilizados hormônios nos animais, ou produtos químicos para adubar os pastos. Fala-se por isto em gado orgânico e bife orgânica. Uma das principais vantagens é a maior segurança alimentar.
Conclusão
Assim, a agricultura tradicional vem perdendo espaço em relação às novas formas produtivas agrícolas, pois traz inúmeras desvantagens à saúde do solo, do ambiente e principalmente ao trabalhador rural e ao consumidor, como visto. Aliás, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) milhões de trabalhadores agrícolas morrem ou encontram-se seriamente contaminados por pesticidas.
Portanto, o produtor ou agricultor deve ficar atendo às novas formas de produção agrícola, pois a emergente agroecologia concilia produção, qualidade, conservação e recuperação dos recursos naturais, o que só lhe trará vantagens, mormente pela conscientização cada vez maior do consumidor, o qual a cada dia que passa torna-se mais informado, conhecedor das formas de produção e qualidade dos produtos que adquire e assim mais exigente.
Devemos lembrar ainda que uma produção agrícola condizente com os novos padrões que se deseja para o desenvolvimento é primordial, para que consigamos ter um meio ambiente sadio e equilibrado, como preconizado pelo art. 225, da nossa Constituição Federal.
Bibliografia recomendada
MIKLÓS, A. Attila de W. Agroecologia: base para o desenvolvimento da biotecnologia agrícola e da agricultura. Anais da 3ª Conferência Brasileira de Agricultura Biodinâmica. Governo do Estado de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente, CETESB, Documentos Ambientais. 1998.
GEIER, Bernward. A agricultura orgânica no mundo. Revista Agricultura Biodinâmica, IBD- Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural, nº80, outubro de 1998.
Alguns sites sobre o tema: