Locais para observação da avifauna

No Brasil possuímos muitos locais onde é possível observar as aves. Parques e jardins não faltam na maioria das cidades, mas em áreas naturais é onde podemos ver mais espécies e em maior quantidade.
Normalmente cada observador de aves (birdwatcher) tem seus lugares favoritos, mas alguns locais são altamente propícios e especiais para se ver a avifauna, de maneira que tomamos a liberdade de indicar alguns que temos visitados e que entendemos muito interessantes.
Para ajudar o observador interessado, selecionamos alguns locais aonde costumamos fazer nossas observações, acrescentando alguma referência sobre hospedagem, ante a importância de se estar nos locais de observação nas primeiras horas após o nascer do sol, quando as aves estão mais ativas. por Antonio Silveira.

 



NO ESTADO DE SÃO PAULO:

PARQUE ESTADUAL CARLOS BOTELHO- SP
Um local muito interessante para o observador de aves (birdwatcher) é o Parque Estadual Carlos que se situa no Estado de São Paulo, no sudeste brasileiro, abrangendo os municípios de São Miguel Arcanjo, Capão Bonito e Sete Barras.
O Parque tem 37.644 hectares e foi criado em 08 de outubro de 1982 (Decreto Estadual 19.499). Possui grande variedade altitudinal, indo das terras baixas do vale do Ribeira (Município de Sete Barras) às montanhas no planalto de Guapiara e Serra de Paranapiacaba, a cerca de 950 metros de altitude.

A área do parque sofreu pouca interferência antrópica, devido a falta de acesso e a sua situação geomorfológica acidentada e sua vegetação é formada pela Floresta Latifoliada Úmida de Encosta (Mata Atlântica) e pela importância integra a Zona Núcleo da Biosfera da Mata Atlântica, conhecida pela UNESCO como sítio do Patrimônio Mundial Natural.
O Parque Carlos Botelho e os Parques Estaduais Intervales, Jacupiranga e a Estação do Xintué, formam juntamente a maior área contínua de Mata Atlântica do Brasil, possuindo assim uma riquíssima biodiversidade. Trata-se ainda de uma das maiores áreas de florestas primárias da cobertura vegetal do estado.
Entre os componentes de sua rica fauna encontram-se várias espécies ameaçadas de extinção como o Mono-carvoiro (Brachyteles aracnoides; Muriki) o maior primata das Américas, calculando-se em 800 indivíduos, dos 1.200 existentes. Registra-se a presença também da Onça pintada (Panthera onça; Jaguar) e a Suçuarana (Felis concolor; puma) e o raríssimo Cachorro-vinagre (Speothos venaticus; Bush dog) entre outros.
Em relação a avifauna estão a Jacutinga (Pipile jacutinga;Black-fronted Curassow), o Macuco (Tinamus solitarius; Solitary Tinamou), o Tucano-de-bico-vede (Ramphastos dicolorus; Red-breasted Toucan), a Araponga ( Procnias nudicolis;  Bare-necked Fruitcrow ) Sabiá-cica (Triclaria malachitacea; Blue-bellied Parrot)  e o Corocochó (Carpornis cucullatus; hooded Berryeater)
Sede e local para ficar
A sede do parque fica na beira da Rodovia SP139, que corta o parque entre São Miguel Arcanjo e Sete Barras, na altura do kilômetro 25 km da citada rodovia (S 24º 03’ 20”  WO 47º 59’ 35” ). Além da hospedaria, que pode ser utilizada por pesquisadores e/ou convidados pela administração, a sede conta com um Centro de Visitantes para educação ambiental e um Museu de Zoologia de animais do local. Existem algumas trilhas monitoradas para visitantes, onde é praticada a educação ambiental. Há ainda um Núcleo Sete Barras, com acomodações.
Na cidade de São Miguel Arcanjo há alguns hotéis que podem ser utilizados pelos observadores, os quais podem passar o dia na região do parque. Ou na sede com autorização, ou mesmo usando a rodovia de terra citada para as observações.
Conclusão
O local tem tudo para ser explorado com o ecoturismo de observação ante sua beleza cênica, assim como o turismo de observação de aves, podendo atrair entre outros milhares de birdwatchers estrangeiros que trariam divisas econômicas não só a unidade de conservação como propiciaria vantagens econômicas agregadas como geração de empregos e movimentação do comércio próximo. Além disso, a presença de birdwatchers de várias partes do mundo atrairia à unidade de conservação a atenção de pesquisadores e entidades internacionais, assim como de bancos de fomentos ambientais, propiciando ainda um fator de pressão política para a tomada de decisões das autoridades competentes para a implantação de políticas e medidas objetivas preservacionistas.
Contatos para visitação:
Parque Estadual Carlos Botelho:
S.Miguel Arcanjo-São Paulo- Brasil
Caixa Postal 37 -CEP 18.230-000 –
Tel/fax (0xx) 15 – 9773-9278
Diretor: Engº José Luiz Camargo Maia.

PARQUE NACIONAL DA SERRA DA BOCAINA
O Parque Nacional da Serra da Bocaina com seus 100.000 hectares foi criado em 8 de junho de 1972 e se situa em terras dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, no sudeste brasileiro, abrangendo os municípios de Areias, Cunha, São José do Barreiro, e Ubatuba em São Paulo e o município de Parati no estado do Rio de Janeiro.
Possui grandes variedades de altitude, indo da baixada litorânea às montanhas, tendo como um de seus pontos mais altos o Pico do Tira Chapéu, no estado de São Paulo, com 2.200 m de altitude. A sua vegetação é formada pela conhecida Mata Atlântica e a partir de 1.500 m/alt. encontram-se os “campos de altitude” famosos por sua flora específica.

O local sofreu alguma interferência antrópica iniciada pelas atividades dos fazendeiros, com a formação de alguns pastos, mas muitas fazendas estão de certa forma abandonadas ante a criação do parque, o que desacelerou a prática da atividade agropecuária que vinha se desenvolvendo na área, o que lhe está trazendo a área a volta de sua qualidade ambiental, pois há ainda grandes áreas de vegetação natural que não foram alteradas.
A Serra da Bocaina é um complexo de morros e montanhas e se encontra entre o maciço da Serra do Mar e o da Mantiqueira, tendo o rio Mambucaba como um dos rios principais, em cujo trajeto até o mar forma belíssimas cachoeiras e quedas d’água.

PRAIA DA JUREIA- SÃO SEBASTIÃO
A praia da Juréia, situa-se no município de São Sebastião, no litoral norte do Estado de São Paulo, a 155 km da capital, a qual está dentro do complexo da chamada Mata Atlântica e é muito procurada pelos praticantes de surf .
A vegetação é composta principalmente de mata de restinga costeira média e de alto porte, com alguns pontos em regeneração. O local sofreu muita interferência antrópica iniciada pelas atividades dos loteadores e com o fluxo turístico que trouxe muitas construções de casas de veraneio e de alguns hotéis e pousadas. Mas o loteamento que toma praticamente toda a área da praia foi embargado, estando com muitas quadras “abandonadas” e sem construções, o que lhe dá uma excelente qualidade ambiental, pois afinal ficou mantida uma grande área verde natural.
Interessante observar é que em uma parte do loteamento, no sentido praia-rodovia Rio-Santos, há três quadras que por suas características propiciaram o represamento de água, formando um complexo de alagados, onde vivem aves selvagens como marrecos, patos, garças etc. Nestes alagados encontra-se uma boa população de Frangos-dágua-comum (Gallinula chloropus; Common Gallinule). Também aí alguns casais de Papagaios-do-mangue (Amazona amazonica; Orange-winged Parrot) que têm feito ninhos nos ocos de árvores que morreram devido ao excesso de água que se formou no local.

PARQUE ESTADUAL DA CANTAREIRA:
No Parque Estadual da Cantareira é possível vermos muitas aves, inclusive aves ameaçadas de extinção como o Macuco (Tinamus solitarius), ou o Uru (Odontophorus capueira).
Neste local temos feito muitas observações e a lista cumulativa encontra-se no setor Lista por localidade: cantareira.

 

 

PARQUE ESTADUAL INTERVALES:
O Parque Estadual Intervales possui 49.000 hectares e faz parte juntamente com o Parque Estadual e Carlos Botelho, a Estação Ecológica de Xintué e o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira um corredor ecológico contínuo imenso na Serra do Paranapiacaba e foi declarada Reserva da Biosfera pela UNESCO, ante a biodiversidade que guarda em suas florestas.
Intervales fica a 250 kilômetros da cidade de São Paulo e é administrado pela Fundação Florestal e tem várias alternativas de hospedagem, podendo receber cerca de 40 pessoas por dia.
O Parque possui trilhas e grutas, além de uma paisagem cênica  espetacular.
Temos feito muitas “visitas ornitológicas” no correr destes últimos dez anos, onde pudemos observar centenas de espécies de aves, entre elas muitas espécies ameaçadas de extinção como o Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), o Pica-pau-de-testa-amarela (Melanerpes flavifrons),
Além da riquíssima avifauna, Intervales possui entre sua fauna de mamíferos a Onça (Panthera onca), o Tapir (T.terrestris), o Mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides) entre outros.
Hospedagem em Intervales : tel (0xx) 15 – 542-1511/ 542-1245

LITORAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Em quase toda a região costeira do Brasil encontramos elevações montanhosas que chegam a ultrapassar 2.000 metros de altitude em alguns trechos do sudeste e sul do país.
Estas elevações formam as serras costeiras, características principalmente do litoral sudeste, onde encontramos no Estado de São Paulo  a Serra do Mar e a Serra de Paranapiacaba que se estendem por todo o seu litoral, chegando em muitos trechos até ao mar propriamente dito, formando os costões rochosos.
A cobertura vegetal da Serra do Mar é classificada como de Floresta Tropical Latifoliada Umbrófila Úmida de Encosta, a chamada Mata Atlântica, de rica diversidade biológica, sendo considerada uma das mais ricas e exuberantes floresta do mundo, e a mais ameaçada de destruição.
A grande variedade de latitudes associada a diferentes gradientes altitudinais, bem como as características fisiográficas locais, fornecem elementos suficientes para a grande complexidade encontrada nesta região tão exuberante e rica. Esta complexidade tem chamado a atenção de muitos estudiosos do mundo todo.
Justamente por esta enorme complexidade, e principalmente pelo relevo escarpado, este sistema florestal é muito frágil estando sujeito  a escorregamentos naturais da cobertura vegetal e consequentemente catástrofes ecológicas muitas vezes de grande proporções.
O índice pluviométrico é muito elevado, chegando em alguns locais a ultrapassa 4.000 mm., devido a barreira que as montanhas formam próximo ao oceano Atlântico, retendo a umidade que vem do mar, formando brumas e precipitações quase que constantes.
Também a existência de pequenos grupos populacionais humanos encravados em seu meio, e a proximidade de cidades tem contribuído e muito para a degradação deste valioso sistema florestal.
Apesar da depredação contínua que esta região florestada do sudeste brasileiro vem sofrendo ao correr dos séculos, ainda encontramos nela áreas com grande grau de preservação, fornecendo ambiente propício para a sobrevivência de milhares de espécies vegetais e animais, e principalmente de aves as quais nos interessa aqui.
Para uma melhor visualização dos locais, o litoral de São Paulo pode ser dividido em Litoral Norte e Litoral Sul, tendo como ponto central de divisão a cidade de Santos.
O Litoral Norte é recortado pela rodovia Rio-Santos, a qual em muitos trechos causou visível impacto ambiental, prejudicando a flora e a fauna, bem como permitiu o avanço da ocupação humana, trazendo com isto mais depredações ao meio ambiente.
Por outro lado, a construção da rodovia fez com que surgissem centenas de brejos e lagoas temporárias e permanentes, devido as escavações nas suas proximidades para a retirada de terra para a sua compactação, formando novos habitats favoráveis ao surgimento de certas aves como algumas das famílias dos Anatideos (patos, marrecos) e principalmente favorecendo ambiente para várias espécies de anfíbios anuros.
Entre a rodovia e as praias surgiram vários loteamentos e vilarejos, propiciando também o surgimento de aves adaptadas a áreas abertas, antes restritas as pequenas clareiras na mata primitiva.
No Litoral Sul a região montanhosa, caracterizada pela Serra do Mar também, está mais afastada do litoral a partir de S.Vicente, existindo entre a base da serra e a orla marítima vários quilômetros de planícies com formação vegetal caracterizada por restinga e mata de transição desta com a Mata Atlântica, com exceção do extremo sul do litoral do Estado, onde encontramos a Serra do Itatins, no município de Peruíbe, que chega próximo ao mar, formando inclusive alguns costões rochosos, com destaque para o maciço da Juréia com cerca de 400 metros de altura e bem próximo ao mar.
Entre os municípios de Santos e de Bertioga encontramos vasta área de  mangues, o que ocorre também em grandes proporções no extremo sul do litoral, nas regiões de Iguape e Cananéia, e ainda em pequena proporção em Picinguaba, na barra do rio Picinguaba na praia da Fazenda, município de Ubatuba.
Portanto, o litoral do estado de São Paulo é um local excelente para a observação de aves, pois ainda possui locais florestados, ante a existência do Parque Estadual da Serra do Mar.
No Litoral Norte as observações podem ser feitas, nas seguintes regiões:
Município de Ubatuba:  Vila de Picinguaba, Praia da Fazenda, Praia do Ubatumirim, Praia e rio Puruba, Rio Quiririm.
Município de São Sebastião: Sertão de Boissucanga, Sertão do Camburi, Sertão da Baleia, Praia da Juréia.
Município de Bertioga: Vale do rio Itapanhau, Vale do rio Jaguareguava.
Município de Itanhaém:  Loteamento Bopiranga (altura do Km 333, da rod. Manoel da Nobrega)
Município de Peruibe: Estação Ecológica da Juréia-Itatins.
Município de Iguape: Ilha Comprida.
Município de Cananéia:  Ilha Comprida e Ilha do Cardoso.

ESTAÇÃO ECOLÓGICA JURÉIA-ITATINS – SP
Criada pela Lei nº 5.649/87, a Estação Ecológica da Juréia- Itatins está localizada no sul do Estado de São Paulo, abrangendo os municípios de Iguape, Peruíbe, Itariri e Miracatu.
Sua área total é de aproximadamente 80.000 ha, dividida nos núcleos; Perequê, Itinguçu, Vila Barra do Una, Canto da Praia da Juréia e Arpoador.

VALES DOS RIOS ITAPANHAÚ E JAGUAREGUAVA
Estes dois rios fazem parte do município de Bertioga e estão em região florestada preservada.
As observações podem ser feitas em trilhas próximas aos rios.
Mas as observações podem ser feitas de canoa percorrendo os rios próximo a mata. O rio Jaguareguava é mais indicado para este tipo de observação, pois é mais estreito do que o rio Itapanhaú e penetra na floresta logo após três kilômetros, o que facilita o acesso.
Hospedagem:
Em Bertioga há hotéis e pousadas

CIDADE DE SÃO PAULO:
A cidade de São Paulo possui 31 parques municipais, os quais são bons lugares para observar as aves, como por exemplo Parque do Ibirapuera que conta com mais de 100 espécies identificadas.

 


ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PARQUE NACIONAL DE ITATIAIA
Situado nas coordenadas S 22º16’ e 22º28’ e W 44º34’ e 44º42’, fica na Serra da Mantiqueira nos municípios de Itatiaia e Resende, no Rio de Janeiro, e Itamonte, Alagoa e Bocaina de Minas, em Minas Gerais.
Possui 30.000 hectares de área, com  florestas estacional semidecidual, matas semicaducifólia e vegetação secundária.
A flora e a fauna ainda são exuberantes.
A avifauna é composta de centenas de espécies, possuindo várias que estão ameaçadas de extinção como: a harpia (Harpia harpyja) a jacutinga (Pipile jacutinga), o jacu (Penelope obscura), várias espécies de pica-paus e beija-flores, entre outros.
Entre os mamíferos estão a onça (Panthera onca), a suçuarana (Felis concolor) o tapir ou anta (Tapirus terrestris), o lobo-guará (Crhysocyon brachyrus) e o muriqui (Brachyteles arachnoides)
Contatos: Estrada do Parque Nacional, Km 8,5, Itatiaia – RJ. CEP 27580-000. Tel.: (24) 3521-1461


ESTADO DO MATO GROSSO

RODOVIA TRANSPANTANEIRA (POCONÉ- MT):
Localizada entre Poconé e Porto Jofre no estado de Mato Grosso, a rodovia Transpantaneira é uma estrada parque com       km de extensão que permite ao observador ver quase toda a rica avifauna do Pantanal Matogrossense, além de quase toda o mastofauna.



ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

REGIÃO DOS XARAÉS (Rio Abobral) – MS

Localizado no pantanal Matogrossense, a região de Xaraés, que tem como um dos rios principais o Abobral, excelente via aquática de observação, possui enorme quantidade de aves e é um dos melhores lugares para o observador de aves, pois além da grande área natural com capões e campos.

 

 


 

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