TRIBUTO À RAÇA NEGRA – artigo digitalizado

ANTÔNIO SILVEIRA RIBEIRO DOS SANTOS
Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé (www.aultimaarcadenoe.com.br)


Convido você a ler o relato de uma visão que tive nesta época que se comemora os 300 anos da morte de Zumbi, o lider do Quilombo dos Palmares, mas para entender a extensão do que vi, você deve se desnudar de todo possível preconceito racial.

Sentado na praia, minha mente entrou em sintonia com o marulho do mar, propiciando assim uma visão fantástica. Vi a epopéia de uma raça bem sofrida de pele cor de âmbar.

Da praia deserta, em devaneio, minha imaginação adentrou a séculos atrás, e seguindo pelo oceano ultrapassou a linha do horizonte, trazendo-me uma visão de horrores que jamais esquecerei; cenas dantescas presenciei.

Com infectos navios negreiros deparei, que como infernos ambulantes singravam o mar a caminho do desconhecido e em seus porões restolhos humanos gemiam. Algemas rangiam em um cantar lúgubre.

Juntos com aqueles infelizes cativos, sonhos morriam e cenas inesquecíveis eu vi: homens e mulheres entrando nas trevas do inferno.

De Benin, Serra Leoa e Costa do Marfim, enfim, vinham esses repugnantes negreiros trazendo mortos-vivos; tudo em prol da ganância de então para a conquista do decantado e imaginário Eldorado.

Um odor de desgraça era expelido por aquelas embarcações da viagem da morte, e impregnava meus poros.

Emergindo do terror, arrepiado de horror acordei. Aí, minha alma encheu-se de alegria por saber que tudo não passava de uma visão e, principalmente, saber que a humanidade deu um grande passo na sua evolução, abolindo a escravidão.

Então sensibilizado, deixo esta mensagem:

Como homem consciente exalto a todos a respeitar os sentimentos dos irmãos de pele negra pelo passado imposto, que aniquilou em muito a sua cultura.

Assim agindo, poderá toda a nação brasileira, que é formada entre outros pelos homens de África, mostrar que caminha para um futuro esplêndido e de perfeita congregação racial, dando ao mundo lição de fraternidade.

Portanto, só me resta prestar esta homenagem e desejar à você da RAÇA NEGRA um futuro de paz e harmonia, para todo o sempre.

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Obs.: Artigo já publicado em: Diadema Jornal-SP- 14.05.95; Homenagem da Câm. Mun. de Diadema-SP- 28.05.95; Homenagem da Irm.N.S.do Rosário dos Homens Pretos-SP – 20.06.95; Homenagem da OAB seccional de Diadema -SP; Comissão dos Direitos Humanos – 20.06.95; Jornal do Ministério Públido-SP – jul/ago-1995; Bol.Inf.do 75.Gr.Escoteiro Uirapuru-Diadema-SP-mai/96 etc.

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