Serpentes
Introdução
Como de costume em nossas páginas, esclarecemos que este estudo dos ofídios brasileiros não tem pretensão científica, mas apenas dar noção ao observador da natureza ou ao ambientalista sobre estes animais.
As cobras pertencem a Classe do Répteis, ordem Squamata, subordem Ofhidia.
São animais que se arrastam pois não possuem pernas, calculando-se que são conhecidas cerca de 3.500 espécies de ofídios em todo o mundo. No Brasil há cerca de 386 espécies, sendo apenas 61 venenosas.
As cobras podem ser divididas grosso modo em venenosas e não venenosas. As venenosas também conhecidas como víboras são as que injetam veneno (peçonha) em suas presas mediante um par de dentes especializados e ocos que possuem (normalmente) na parte dianteira da boca. As cobras peçonhentas têm um orifício entre o olho e a narina, chamada fosseta loreal, que lhes possibilitam detectar variações térmicas do ambiente, permitindo que possam localizar suas presa ou perseguí-las após serem envenenadas com sua picada. Já, as cobras não venenosas são em maior número de espécies e não apresentam a peçonha.
Entre as cobras mais conhecidas estão as venenosas e perigosas Najas, Mambas negras da África, Corais, Jararacas e Cascavéis. Entre as constritoras estão as Pitons, as Sucurís e as Jibóias.
De todas as famílias de cobras que existem no mundo, não ocorrem no Brasil as famílias Viperinae, Hydrophiidae (cobras marinhas), Uropeltidae e Xenopeltidae (esta última com apenas uma espécie que vive na Ásia).
Já, entre as maiores cobras do mundo estão a piton-real-malaia (Python reticulatus) com até 10 metros e a sucuri (Eunectes murinus) que vive na América do Sul que pode atingir 9 metros, se bem que há relatos em que foram vistas espécies com mais de 10 metros, em ambos os casos.
No Brasil ocorre um caso de endemismo interessante, é o caso da jararaca-ilhoa (Bothrops insularis), que ocorre exclusivamente na ilha de Queimada Grande, a 30 km da costa do litoral paulista. Seu veneno é fortíssimo e sua forma de capturar modificou-se, adaptando-se as árvores para poder predar aves, abundantes na ilha e praticamente uma das poucas classes de animais existentes no local. por Antonio Silveira.
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Divisão e famílias que ocorrem no Brasil
Uma forma interessante é dividi-las em cobras em não venenosas e cobras venenosas
I – Cobras não venenosas
– FAMÍLIA ANILIIDAE (falsas-corais)
– FAMÍLIA ANOMALEPIDIDAE (cobras-cegas)
– FAMÍLIA BOIDAE (jibóias)
Boa constrictor LINNAEUS, 1758
– FAMÍLIA COLUBRIDAE (falsas-corais, muçurana, cobras-d´água, cobras-cipó)
Spilotes pullatus (Lineu, 1758); Caninana (foto abaixo)
– FAMÍLIA LEPTOTYPHLOPIDAE (cobras-cegas)
– FAMÍLIA TROPIDOPHEIDAE (uma espécie)
– FAMÍLIA TYPHLOPIDAE (cobras-cegas)
II – Cobras venenosas (peçonhentas)
– FAMÍLIA ELAPIDAE (corais)
– FAMÍLIA VIPERIDAE (Vipers and Pit Vipers) (jararacas)
Bothriopsis bilineata (Wied, 1825); Bico-de-papagaio, papagaia, jararaca-verde
Bothriopsis taeniata (Wagler, 1824); Jararaca estrela, jararaca-cinza
Bothrocophias hyoprora (Amaral, 1935); Jararacanariguda, jararaca-bicuda
Bothrocophias microphthalmus (Cope, 1876); Jararaquinha
Bothropoides alcatraz (Marques, Martins & Sazima, 2002); Jararaca-deAlcatraz
Bothropoides diporus (Cope, 1862); Jararaca pintada
Bothropoides erythromelas (Amaral, 1923); Jararaca da seca
Bothropoides insularis (Amaral, 1921); Jararaca-ilhõa
Bothropoides jararaca (Wied, 1824); Jararaca (foto abaixo)
Bothropoides lutzi (Miranda-Ribeiro, 1915); Jararaca-pintada
Bothropoides marmoratus (Silva & Rodrigues, 2008); Jararaca-pintada
Bothropoides mattogrossensis (Amaral, 1925); Jaraca-pintada, Boca-de-sapo
Bothropoides neuwiedi (Wagler, 1824); Jararaca-pintada
Bothropoides pauloensis (Amaral, 1925); Jararaca-pintada
Bothropoides pubescens (Cope, 1870); Jararaca-pintada
Bothrops atrox (Linnaeus, 1758); Jararaca, Surucucu
Bothrops brazili Hoge, 1954; Jararaca
Bothrops jararacussu Lacerda, 1884; Jararacussu
Bothrops leucurus Wagler, 1824; Jararaca
Bothrops marajoensis Hoge, 1966; Jararaca
Bothrops moojeni Hoge, 1966; Jararaca, Caissaca
Bothrops muriciensis Ferrarezzi & Freire, 2001; Jararaca
Bothrops pirajai Amaral, 1923; Jararaca
Rhinocerophis alternatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854); Urutu-cruzeiro
Rhinocerophis cotiara (Gomes, 1913); Cotiara
Rhinocerophis fonsecai (Hoge & Belluomini, 1959); Jararaca
Rhinocerophis itapetiningae (Boulenger, 1907); Jararaca
Crotalus durissus (Linnaeus, 1758); Cascavel
Lachesis muta (Linnaeus, 1766); Surucucu-bico-de-jaca; Bico-de-jaca
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Obs.: a lista das espécies está sendo elaborada.
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Referências Bibliográficas
– GRANTSAU, Rolf. As cobras venenosas do Brasil. São Bernardo do Campo: Bandeirante, 1991.
– HADAD, C. F. B. & SAZIMA, I. 1992. Anfíbios anuros da Serra do Japi. História Natural da Serra do Japi: ecologia e preservação de uma área florestal no sudeste do Brasil. (L. P. C. Morellatto org.), Editora da Unicamp, Campinas.
– ICMBio– Serpentes (http://www.icmbio.gov.br/ran/images/stories/publicacoes/monografias/SERPENTES_RESPONS%C3%81VEIS_POR_ENVENENAMENTOS_NO_BRASIL.pdf )
– MARQUES, ETEROVIC & SAZIMA. Serpentes da Mata Atlântica. Guia Ilustrado para a Serra do Mar. Holos: Ribeirão Preto, 2001.
– SANTOS, Eurico. Anfíbios e Répteis. Zoologia Brasílica. Livraria Itatiaia Editora Limitada: Belo Horizonte, 1981.
– STORER, USINGER, STEBBINS, NYBAKKEN. Zoologia Geral. São Paulo: Editora Nacional, 1995.
– UETZ, Peter. (ed.), The Reptile Database. Disponível em: http://www.reptiledata-base.org. Acessado em: fevereiro 2015. http://www.reptile-database.org/
Websites:
The Reptile Database- http://www.reptile-database.org
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Algumas fotos do autor.
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Antonio Silveira: última atualização: 08-2-2015.