VISÃO HOLÍSTICA E DESENVOLVIMENTO

ANTÔNIO SILVEIRA RIBEIRO DOS SANTOS
Magistrado aposentado e criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé (www.aultimaarcadenoe.com.br)


As informações que geram os conhecimentos acumulados pela humanidade são fornecidas, hoje em dia, com grande facilidade a todos os interessados, em vista da era da informatização, possibilitando ao cidadão a chance de ter uma visão global dos problemas e soluções propostas, e na sua experiência de vida programar suas ações, partindo assim de um patamar técnico-científico do mais alto nível de informação, coisa que as gerações anteriores não tiveram.

Esta possibilidade de obter informações e conhecimentos em grande escala é comprovada pela divulgação mundial de dados importantes de assuntos de alta prioridade, como por exemplo a questão climática, cujos últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas tem rodado o mundo, preocupando a todos, pois o tema envolve muita reflexão e urgentes mudanças drásticas da forma de desenvolvimento que temos utilizado há décadas.

Por sua vez, esta “mundialização” da preocupação com os problemas sócio-ambientais gerados pela forma e efeitos do nosso “desenvolvimento” que temos utilizado, tem propiciado aos cientistas assim como as sociedades uma conscientização da necessidade de se encontrar saídas para soluções concretas e objetivas destes problemas. Mas de nada valerá se as ações não estiverem alicerçadas em uma filosofia ou visão que permita o conhecimento profundo da problemática sócio-ambiental mundial e suas interligações. É necessário parar e refletir sobre as diretrizes científicas, éticas e morais que servirão de base às futuras ações.

Com o desenvolvimento da tecnologia em grande escala, onde o indivíduo tem sobre si um grande volume de informações, e apesar da facilidade e agilidade da obtenção destas informações, como dito, não há possibilidade de uma real, concreta, objetiva e útil apreensão de tudo se não tivermos uma “nova visão” do mundo, mais global e real, ou seja, uma visão holística, entendendo que tudo está interligado. Se conseguirmos ter esta nova visão, cada cidadão terá uma maior participação social com o objetivo de melhorar a condição de vida e, em vista disso, da sociedade e do ambiente, pois suas ações estarão interligadas e direcionadas ao bem comum. Esta nova forma global de ver o mundo (visão holística), gerará também uma partição consciente das responsabilidades perante os novos projetos de desenvolvimento em qualquer setor, e conseqüente participação de todos. Com certeza gerará, ainda que inconscientemente, uma distribuição do poder decisório, respondendo cada um com uma parcela para o desenvolvimento.

Portanto, temos neste início do século XXI a grande vantagem da existência dessa base científica e cultural a nossa disposição, a qual deve ser utilizada de forma inteligente e global para o nosso conhecimento e engrandecimento. Em uma sociedade bem informada com pessoas de visão  global, conscientes e evoluídas, cada cidadão conhece suas responsabilidades, seus direitos e deveres para com o próximo, para com a sociedade, e principalmente, para com as diretrizes e formas de desenvolvimento, o qual deve ser o menos danoso ao meio ambiente, e por óbvio á própria humanidade. Pensem nisso.

Obs.: Artigo já publicado em: Tribuna de Santos, 20.03.07.

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