TUCUNARÉ: O INIMIGO INVASOR
ANTÔNIO SILVEIRA RIBEIRO DOS SANTOS
Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé (www.aultimaarcadenoe.com.br)
O tucunaré (Cichla ocellaris) é um peixe grande e carnívoro originário da bacia Amazônica e de muita importância alimentar dos povos da região onde ocorre, e está se tornando um pesadelo na bacia do Paraguai.
Segundo consta dos noticiários veiculados pela imprensa nacional, bem como informações de técnicos em piscicultura, o tucunaré foi trazido por criadores para a região sul do Mato Grosso e acabou se dissiminando no rio Piquiri em conseqüência da destruição de barragens de criadouros, tendo acesso a vários rios da bacia do Paraguai, onde encontrou condições favoráveis para sua sobrevivência e procriação.
Assim, vem ele tomando grandes espaços na ictifauna da referida bacia hidrográfica, trazendo um grande problema de caráter ecológico e econômico, pois vem dizimando outras espécies de peixes por ser carnívoro e altamente voraz, e conseqüentemente diminuindo a pesca na região.
Descendo pelos rios que desaguam no rio Paraguai, vem ele se alastrando pela ” boca do Pantanal norte” ,com preocupante rapidez, projetando um futuro negro às demais espécies.
Em vista desse fato preocupante, tem sido estudada a sua biologia para a tentativa de formação de uma barreira biológica, havendo inclusive um estudo em andamento denominado Projeto Tucunaré desenvolvido na bacia do rio Piquiri entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, pelos biólogos Francisco M.S.Braga da UNESP e Thomaz Lipparilli da CESUP, conforme informações pessoais do primeiro.
Portanto, estamos frente a um possível e grave distúrbio do equilíbrio ecológico da bacia do Paraguai, o que deve merecer das autoridades brasileiras afetas às áreas da piscicultura e da economia, muita atenção, estudos e atuações efetivas para barrar esse processo danoso, sob pena de vermos este invasor tornar-se um grande e voraz inimigo de todos que tem na piscicultura a sua atividade, assim como dos pescadores amadores do Brasil.
O problema é preocupante.
Obs.: Artigo já publicado em: Planeta Água-SP – abril/95; Diadema Jornal-SP- 30.04.95; Bragança Jornal-SP – 14.09.95; A Tribuna de S.Carlos-SP -04.08.96 etc.
