RACISMO NA PAUTA PLANETÁRIA

ANTÔNIO SILVEIRA RIBEIRO DOS SANTOS
Juiz de direito em São Paulo. Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé (www.aultimaarcadenoe.com)


Conforme noticiado em inúmeros veículos de comunicação nos últimos dias, acontecerá em Durban, África do Sul, entre 31 de agosto e 07 de setembro, a 3ª Conferência das Nações Unidas contra o Racismo, a Discriminação, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, importante reunião onde serão discutidos alguns dos mais relevantes temas relacionados aos direitos humanos.

Entre os objetivos principais desta reunião estão o de identificar as formas atuais de racismo, intolerância e xenofobia, bem como procurar formas de acabar com as segregações das minorias como os indígenas, homossexuais, ciganos, negros etc. Os problemas da migração e do tráfico de pessoas também serão tratados, mas um dos assuntos mais polêmicos que estará em pauta é o reconhecimento da responsabilidade pelo colonialismo e o tráfego de escravos, a que chamam de “fatos do passado” ou “reconhecimento do passado”, o que trará muita discussão, pois segundo divulgado os EUA e a União Européia não estão dispostos a reconhecer suas responsabilidades pelos atos colonialistas praticados nos séculos passados.

Outro importante tema que estará em pauta é o reconhecimento internacional da expressão “povos indígenas”, que se reconhecido dará a milhões de pessoas em todo o mundo o reconhecimento de seu verdadeiro status étnico, com suas conseqüências políticas e de cidadania.

Assim, mais uma vez há um encontro em caráter planetário que possibilita a identificação ou reconhecimento de ações que afrontam a dignidade da pessoa humana e permite estudos de fórmulas para que se consiga acabar com as odiosas discriminações que ocorrem em vários setores de nossa comunidade humana. Trata-se de uma excelente oportunidade para que todas as nações do mundo reflitam sobre suas ações e colaborem para que possamos ter um mundo melhor.

Portanto, esperamos que haja certa homogeneidade nas conclusões e propostas que sairão das declarações oficiais, mostrando que ainda somos capazes de propiciar à humanidade um caminho de fraternidade e paz. Afinal, estamos todos no mesmo barco e não podemos navegar a deriva, sob pena de perdermos a nossa identidade e lutando uns contra os outros exterminarmos como espécie. Com certeza estará em jogo em Durban um pouco do nosso futuro, daí a importância de acompanharmos este momento decisivo para todos.

Obs.: Artigo já publicado em: Tribuna de São Carlos- SP- 30.8.01; JBA.Gr.Jornal.Ronaldo Côrtes-SP- 07.9.01; ABC Repórter- Santo André/ SP- 08.09.01 etc.

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